Secretário destaca importância dos 18 anos do Ipece para definição das políticas públicas no Ceará

14 de abril de 2021 - 18:14

TEXTO: Luiz Pedro Bezerra Neto / Ascom Seplag

“O Ipece se consolidou, ao longo dos anos, pelo papel que passou a ter nas políticas públicas. No Ceará, fez uma interface com as secretarias”. A afirmação foi feita pelo secretário do Planejamento e Gestão, Mauro Benevides Filho, ao participar, na manhã de hoje (14), da edição especial do Fórum Ceará em Debate, evento comemorativo aos 18 anos de criação do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). Mauro Filho salientou que, “na abordagem do seminário, penso que devemos entender 2020 como um ano de profunda retração econômica e 2021 como um ano para compor as perspectivas”.

O secretário executivo do Planejamento e Orçamento da Seplag, Flávio Ataliba, ex-diretor geral do Ipece, destacou também a relevância do trabalho realizado pela equipe técnica do órgão, contribuindo com estudos e análises aprofundadas para subsidiar importantes decisões governamentais.

O atual diretor geral do Ipece, professor João Mário Santos de França, disse que o Ipece tem prestado relevantes contribuições ao Ceará, o que é fruto do engajamento dos que fizeram e fazem atualmente o Instituto. “Seu trabalho é reconhecido não só no Ceará, mas no Brasil e internacionalmente, servindo, inclusive, de modelo para outros institutos de pesquisa regionais”, acrescentou.

De acordo com João Mário, os estudos produzidos pelo Ipece nas áreas social, econômica, de gestão pública e de geografia e cartografia chamam atenção por suas qualidades técnicas, permitindo uma melhor elaboração de estratégias e políticas públicas para o desenvolvimento do Estado do Ceará.

O Fórum (17ª edição), transmitido por redes sociais (live), teve como tema “A economia do Ceará em 2020 e perspectivas para 2021”, abordado por Adriano Sarquis, titular da Diretoria de Estudos Econômicos (Diec), e pelos analistas Políticas Públicas Alexsandre Lira e Nicolino Trompiere, todos do Ipece.

O evento teve o apoio da Escola de Gestão Publica (EGP) do Governo do Estado e marcou o lançamento do Ipece/Conjuntura – Boletim da Conjuntura Econômica Cearense (4º trimestre de 2020). A publicação apresenta análises do cenário econômico internacional e nacional, os quais servem para fundamentar a reflexão sobre o desempenho da atividade econômica do Ceará.

O Boletim contempla uma série de seções envolvendo indicadores que traduzem o dinamismo conjuntural da economia cearense a partir das três grandes atividades: agropecuária, indústria e serviços. O Mercado de Trabalho tem como base a Pnad contínua do IBGE e a evolução do emprego formal a partir dos dados do Ministério do Trabalho (MTb). Comércio Exterior e Finanças Públicas são outros dois temas também contemplados no documento.

Perspectiva

O Ipece/Conjuntura, que serviu de base para o debate, mostra que os efeitos econômicos da pandemia de covid-19 nos diversos segmentos produtivos influenciaram negativamente o comportamento da economia cearense em 2020, com o Produto Interno Bruto (PIB) registrando uma queda de 3,56%. Similarmente, a economia brasileira também sofreu com os impactos econômicos negativos da pandemia de covid-19, prejudicando o ambiente de negócios e fazendo com que o PIB nacional registrasse uma queda de 4,1%. No entanto, apesar do recuo observado, as perdas registradas foram menores do que o esperado quando do momento mais agudo da crise, ainda na primeira metade do ano passado.

Para 2021, as incertezas presentes na economia são relevantes. Mas, em linhas gerais, os economistas do Ipece, diante do tombo observado no ano passado, acreditam que o ano seja positivo para todos os setores da economia, mas com diferentes intensidades entre os diversos setores. Os pesquisadores destacaram que a pandemia continua presente e continuará enquanto a vacinação não for acelerada. A ocorrência de uma segunda onda de contaminação mais intensa e mais grave traz de volta a necessidade da adoção de medidas de controle sanitário, impondo restrições às atividades econômicas.

A duração de tais medidas é desconhecida e está associada ao desenrolar do processo de vacinação em massa, que ainda ocorre de forma muito lenta. Os efeitos econômicos desse quadro devem se fazer presentes ao longo do primeiro semestre e a intensidade é incerta. De todo modo, a economia cearense deverá se recuperar, mesmo que parcialmente, em um ambiente caracterizado por elevadas incertezas, sobretudo no primeiro semestre. Já o segundo semestre, principalmente com o avanço esperado da vacinação, deverá ser menos nebuloso e o crescimento deverá ocorrer mais fortemente.