Janeiro Branco alerta para importância de cuidar da saúde mental

10 de janeiro de 2020 - 13:57 #

 

Mais de 322 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentam a depressão, doença que, neste ano, será a mais incapacitante do planeta, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Apenas no Brasil, 11,5 milhões de pessoas (5,8% da população) têm depressão, enquanto outras 18,6 milhões (9,3% da população) enfrentam distúrbios relacionados à ansiedade. Os números alertam para a necessidade de ampliar o debate sobre saúde mental e reforçam a importância da campanha Janeiro Branco, instituída no Brasil em 2014 com o objetivo principal de conscientizar a população sobre o assunto.

Estresse e ansiedade crônicos estão entre as principais causas que afetam a saúde mental do brasileiro, sobretudo nesta época do ano, quando a preocupação com compromissos financeiros e a pressa para cumprir as metas de Ano Novo costumam intensificar  essas desordens emocionais. Não à toa, a campanha a respeito da saúde mental ocorre em janeiro. A ideia é lembrar e conscientizar as pessoas de que saúde não significa apenas  ausência de doença física, mas também o completo bem-estar mental e social, como define a Organização Mundial de Saúde (OMS). Assim, cuidar das emoções e das relações sociais é tão importante quanto praticar exercício físico regularmente.

“Uma saúde mental preservada depende, primeiramente, de acesso às necessidades básicas, como, moradia, alimentação, trabalho, cultura, transporte e saúde. As relações sociais também devem ser estáveis, seguras e acolhedoras”, destaca  o psiquiatra Raimundo Melo, diretor clínico do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), do Governo do Ceará.

Se algo não vai bem e causa sofrimento emocional e psíquico, é importante buscar apoio em pessoas próximas, como amigos e familiares, e, se necessário, buscar o auxílio de profissionais especializados. “É importante reconhecer o problema, não sofrer sozinho. Um sofrimento psíquico não tratado pode virar crônico e trazer impactos no dia a dia da pessoa, com baixo rendimento na vida profissional, nos estudos e nos relacionamentos. É comum a pessoa querer se isolar, romper com relacionamentos, pedir demissão quando teria direito a um auxílio-doença, ficando vulnerável aos diversos contratempos da vida se o problema não for tratado”, orienta o psiquiatra.

O equilíbrio nas ações e emoções também é importante para a saúde mental, afirma a psicóloga Marleide Oliveira, que atende crianças e adolescentes no Núcleo de Atenção a Criança e Adolescente do HSM. “Para uma saúde mental equilibrada, é necessário adquirir uma boa rotina de sono, ter hábitos saudáveis e cultivar passatempos socioculturais. A psicoterapia também ajuda muito o indivíduo a compreender suas emoções e restabelecer sua autoestima, conferindo-lhe mais autonomia”, diz, reforçando que saúde mental está relacionada a “um estado de bem-estar em que a pessoa é capaz de lidar com situações adversas, reconhecer seus limites e trabalhar suas potencialidades”.

Para uma boa saúde mental, a psicóloga lista algumas atitudes que devem ser colocadas em prática:

Exercite-se;

Durma bem;

Melhore seu convívio social, interagindo mais com as pessoas;

Mantenha pensamentos positivos;

Busque motivação para a vida;

Controle as emoções;

Estimule a cognição, através de leituras, documentários, passeios e conversas;

Procure profissionais da área.

 

Ascom Sesa/ Ascom Seplag