Observatório debate tolerância social às atividades informais

27 de abril de 2021 - 16:11 # # # #

TEXTO: Dháfine Mazza / Ascom Seplag

A tolerância de uma sociedade às atividades informais de subsistência e os impactos desse comportamento na economia foram debatidos, na última sexta-feira (23), durante o webinar “Os efeitos da informalidade na escolha ocupacional dos trabalhadores”, evento realizado pelo Observatório do Federalismo Brasileiro (OFB), vinculado à Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará (Seplag-CE).
“Até que extensão a sociedade tem capacidade de tolerar a atividade informal? No nosso ambiente, os indivíduos são distintos em relação ao capital empreendedor, que me diz o quanto eu, uma vez utilizando essa capacidade, posso utilizá-lo no processo produtivo e obter um retorno elevado. Tendo noção desse capital empreendedor, os indivíduos vão tomar a decisão se vão ser empreendedores ou trabalhadores”, destacou o pesquisador do OFB e professor do Caen/UFC, Márcio Veras Corrêa, que apresentou o artigo “Tolerance of Informality and Occupational Choices in a Large Informal Sector Economy”, escrito em conjunto com os pesquisadores Marcelo Arbex e Marco R. V. Magalhães.

Ele lembrou que uma economia é caracterizada pela presença de diversos segmentos. “Força de trabalho e segmento que caracterizam o setor produtivo da economia. Segmento formal e informal. O que nós modelamos e introduzimos de interessante na ideia do artigo é o conceito de que os indivíduos não vão permitir o surgimento de informalidade ‘de qualidade’ sem que haja o pagamento de impostos. Os indivíduos têm noção dessas normas sociais e atuam decidindo qual deve ser o tamanho ótimo das suas empresas”, disse.
O secretário executivo de Planejamento e Orçamento da Seplag, Flávio Ataliba, foi um dos comentaristas do evento e ressaltou a importância do estudo, considerando a atualidade do tema. “É difícil dizer qual seria o tamanho ótimo dos segmentos formal e informal dentro de uma economia. Nós, que estamos envolvidos no plano de retomada responsável das atividades econômicas no Ceará, sempre pensamos qual é a melhor estratégia para promover a retomada do setor formal, haja vista que o setor informal está atrelado ao setor formal”, pontuou.

Ataliba destacou ainda a importância da ciência para a elaboração de políticas públicas eficazes. “Não se faz política pública apenas com a intuição. A fundamentação científica é essencial”, disse o secretário executivo da Seplag.

O doutor em economia Alexsandre Lira Cavalcante também participou do evento como comentarista e ponderou que o grau de informalidade em uma economia não é resultado apenas da tolerância social, mas inclui outros fatores, como a questão histórica e a baixa escolaridade de uma sociedade.

Papel do Observatório

O webinar “Os efeitos da informalidade na escolha ocupacional dos trabalhadores” foi moderado pelo coordenador do projeto Cientista-Chefe em Economia da Funcap, vice-coordenador e professor do Programa de Pós-graduação em Economia do Caen/UFC, Maurício Benegas. Na ocasião, ele ressaltou que o papel do Observatório do Federalismo Brasileiro é dar suporte às decisões do Governo do Ceará por meio de pesquisas científicas. “O Observatório tem a função de unir academia e governo. Como parte das atividades, eventos como esse webinar contemplam pesquisas acadêmicas”, disse.

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