Comitê de Enfrentamento à Covid-19 divulga novas medidas para minimizar propagação do vírus

18 de fevereiro de 2021 - 13:15

TEXTO: Daniel Herculano FOTOS: Carlos Gibaja, Tatiana Fortes e Thiara Montefusco

Após reunião virtual com o Comitê formado por profissionais de Saúde, presidentes do Tribunal de Justiça e Assembleia Legislativa, e Ministério Público Estadual, Federal e do Trabalho, e a prefeitura de Fortaleza, o governador Camilo Santana utilizou as suas redes sociais para divulgar um novo decreto estadual, válido a partir desta quinta-feira (18). Participaram também da transmissão ao vivo o prefeito de Fortaleza, José Sarto, e o secretário de saúde, Dr. Cabeto.

Com o objetivo de conter a propagação da Covid-19, o novo coronavírus no Ceará, estão entre as medidas, válidas pelos próximos 10 dias:

– Comércio funciona de segunda a sexta-feira até às 20h. No sábado e domingo, restaurantes funcionam até as 15h, e o comércio, inclusive os shoppings, até as 17h. Serviços essenciais liberados após as 20h;

– Espaços públicos terão circulação restrita todos os dias a partir das 17h;

– Toque de recolher para a população, com determinação que fiquem nas suas residências das 22h até às 5h do dia seguinte, com exceção das atividades essenciais ou atividades específicas;

– Suspensão das aulas presenciais em escolas e universidades públicas e privadas a partir da próxima sexta-feira (19). Aulas serão remotas;

– Trabalho remoto para servidores públicos, com exceção das atividades essenciais. Feita também a recomendação da mesma medida junto ao setor privado;

– Continuam as barreiras sanitárias em Fortaleza e no Interior. Permissão de transporte intermunicipal público com fiscalização e medição de temperatura nas saídas e chegadas;

Camilo Santana ressaltou que todas as decisões levaram em consideração a situação epidemiológica do Estado e sua curva ascendente de contaminação. O governador, inclusive, apresentou dados comparativos do sistema público de saúde do Ceará.

“Em 19 de setembro do ano passado, quando a pandemia chegou ao ponto mais baixo, 49 pessoas estavam internadas em leitos de UTI do Estado, e 470 em enfermarias. Já no dia 18 de janeiro deste ano, 226 estavam em UTIs e 581 em enfermarias para atendimento de Covid-19. Mas olha como é grave, apenas um mês depois, em 17 de fevereiro nós temos hoje 652 pacientes internados em UTIs por Covid-19, um aumento de quase três vezes, enquanto 1.026 estão em enfermarias, dobrando a demanda em um mês. Então, com esse crescimento exponencial na Capital, mas também no Interior do Estado, fomos orientados por profissionais, pelos números e a partir da ciência para chegar a essas medidas mais restritivas, válidas até o dia 28 de fevereiro”, explicou.

Fortaleza

Na transmissão, também foram revelados os números de atendimentos nas 12 UPAs em Fortaleza, onde, no pico da pandemia, em abril de 2020, cerca de 12.265 pessoas foram atendidas com suspeita de Covid-19. Em setembro, caiu para 3.728 pessoas com suspeita. Já em janeiro deste ano, o número voltou a subir, chegando a 12.509 atendimentos. E em fevereiro, até o dia 15, as UPAs na Capital receberam 10.909 pessoas com suspeita da doença.

O prefeito de Fortaleza, José Sarto, listou algumas das medidas feitas desde janeiro para conter o avanço do vírus na Capital, incluindo o aumento de mais 100 leitos de UTIs nas UPAs e leitos de enfermaria, 200 ônibus a mais circulando nos horários de pico, além da ampliação da fiscalização para conter festas clandestinas, aglomerações e outros casos que não estejam cumprindo as medidas dos decretos estadual e municipal.

“Venho reiterar as medidas aprovadas pelo comitê, são decisões que visam proteger as vidas dos cearenses. Fortaleza está em um momento de altíssima circulação viral, além do que imaginávamos que poderíamos ter, mas que ainda pode piorar caso não haja a colaboração de todos. Exatamente para quando você precisar, o poder público tenha a capacidade de responder e atender a todos”, disse o prefeito.

“Esse é mais um momento que precisamos de união. Governador e prefeito colocaram medidas mais restritivas pois servem para reduzir a circulação viral; para que possamos garantir que os mais vulneráveis tenham tempo de se vacinar, com a previsão de finalizar até o final de março para pessoas acima de 60 anos, e evitar o esgotamento pelo serviço de saúde pública”, informou o Dr. Cabeto.

Vacinas

O governador ressaltou a necessidade da diminuição de propagação de casos no Estado, levando em consideração a capacidade do sistema de saúde, e a necessidade de que tenhamos tempo suficiente para vacinar os idosos e mais vulneráveis.

“Nesta quarta-feira (17) também participei de uma reunião virtual, ao lado de todos os governadores do Brasil, com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para tratarmos sobre o cronograma de envio das vacinas para os estados. O ministério informou que mais 10 milhões de doses devem ser encaminhadas aos estados ainda este mês, sendo oito milhões da Sinovac/Butantan e dois milhões da AstraZeneca/Fiocruz; e 46 milhões de doses para o mês de março. Além disso, o cronograma prevê cerca de 210 milhões de doses no primeiro semestre deste ano. Se todo esse calendário for cumprido, que possamos vacinar os mais idosos e vulneráveis. Não é só o serviço público de saúde que está no limite, os hospitais privados também. Então precisamos estar juntos para vencer essa pandemia, e que nesses próximos 10 dias, todos colaborem“, frisou Camilo Santana.

Para finalizar a transmissão, o governador fez um apelo à população cearense, justificando que até que a vacina chegue a todos, a prevenção é a única forma de frear o rápido aumento de casos. “Que as pessoas se conscientizem nesse momento para atender a orientação das autoridades sanitárias. Até o dia 28 as medidas são importantes para diminuir a circulação de pessoas aqui no Ceará. E foram medidas inteligentes, que a gente tem procurado evitar atingir fortemente a economia, pois sei da importância da preocupação e da importância do emprego, do trabalho e o nível de vulnerabilidade aqui no Ceará. Então para atravessar esse momento, é preciso que as pessoas colaborem e para que nós não precisemos tomar medidas mais duras lá na frente”.