Seplag inicia formação sobre liderança inclusiva para gestores estaduais
6 de fevereiro de 2024 - 16:22
TEXTO E FOTOS: Dháfine Mazza - Ascom Seplag
“A presença de gestores públicos com perfis diversos se converte em uma melhor prestação de serviços e desempenho das organizações públicas”. A afirmação é da secretária da Igualdade Racial do Estado do Ceará, Zélia Madeira, que palestrou, nesta terça-feira (6), na aula inaugural da “Trilha de Aprendizagem Liderança Inclusiva”, formação realizada pela Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag), em parceria com a Escola de Gestão Pública do Estado do Ceará (EGPCE) e o Instituto Gesto/Vetor, e destinada aos gestores e líderes do Governo do Ceará. O evento ocorreu no auditório da Seplag e reuniu os mais de 100 participantes inscritos na formação, que tem carga horária de 21 horas/aula e será encerrada em março.
Em sua fala, a secretária Zelma Madeira enfatizou que a liderança inclusiva é necessária, pois ela proporciona, dentre outras coisas, a representatividade, com a pluralidade de olhares, e consegue mobilizar e a administração pública e a sociedade rumo às mudanças necessárias, tendo como propósito a construção de redes de conexões para o engajamento de pessoas no âmbito institucional. “O Estado deve ter o compromisso de, ao formular as políticas públicas para a população vulnerabilizada em termos econômicos e sociais, entender que esse público-alvo é majoritariamente composto pela população negra. Nada mais justo do que os gestores representarem a sociedade em termos de gênero, raça/etnia e orientação sexual”, afirmou.
Ao tratar sobre a representatividade na administração pública estadual, a secretária da Igualdade Racial do Estado do Ceará citou o resultado da pesquisa para traçar o perfil das lideranças do Estado, realizada no ano passado pelo Programa Gestão de Líderes Públicos do Ceará, iniciativa executada pela Seplag. Conforme a pesquisa, 50% dos líderes da administração cearense são pardos, 39,6% mulher Cis, 56,7% homem Cis, 0,3% homem trans e 2,5% preferiram não responder. Diante desse cenário, ela reforçou a importância das políticas públicas para a promoção da equidade racial e de gênero, bem como das trajetórias de impacto de lideranças inclusivas. “Atuar com impacto social significa realizar um trabalho cujo foco é o combate ao racismo, enfrentamento às desigualdades raciais e construção de uma sociedade antirracista. A trajetória individual expressa a dimensão coletiva de uma sociedade desigual”, afirmou, apresentando ao público os principais fatos da sua própria trajetória.
A aula inaugural da “Trilha de Aprendizagem Liderança Inclusiva” contou ainda com palestra da consultora da Equidade Racial e de Gênero do Programa Fortalecer do Instituto Gesto, Giszele Silva, que abordou pontos como a questão estrutural do racismo na sociedade brasileira, as características da liderança inclusiva e as formas como qualquer pessoa pode se tornar uma aliada na construção de uma sociedade mais equânime. “A liderança inclusiva tem como características o compromisso visível, humildade, consciência do preconceito, curiosidade pelos outros, colaboração eficaz e a inteligência cultural. Todos podem ser aliados no combate ao preconceito. Algumas ações que qualquer pessoa pode ter são: interceder quando perceber que algum conhecido teve um comportamento preconceituoso, buscar ampliar o seu conhecimento sobre a pauta e identificar seus vieses em relação à raça nos processos de gestão de pessoas”, exemplificou.
Sobre a Trilha
A abertura da formação também contou com as presenças da secretária do Planejamento e Gestão, Sandra Machado; da diretora da EGPCE, Dulce Ane Lucena; do secretário executivo secretário executivo de Políticas Estratégicas para Lideranças da Seplag, Roziano Linhares; e gestora de projetos voltados para a implementação de Políticas para Lideranças no Setor Público do Instituto Gesto, Yasmin Pinheiro.
“É fundamental que façamos a formação de líderes pautada nos pontos emergenciais e estruturais da administração pública. Trabalhar a equidade de raça e de gênero é uma das prioridades do governador Elmano de Freitas. Também por isso, o Ceará é um dos estados pioneiros no Brasil a elaborar um orçamento sensível à raça e ao gênero. Todos os nossos projetos têm marcadores para esses indicadores”, destacou a secretária Sandra Machado.
A “Trilha de Aprendizagem Liderança Inclusiva” ocorrerá de forma híbrida. Além da abertura, o encerramento também será feito de modo presencial, no auditório da Seplag, no dia 12 de março, das 8h às 12h. Os demais encontros da formação (15, 22 e 29 de fevereiro) serão realizados em ambiente virtual, com aulas síncronas das 9h às 11h.
Ao longo das aulas, serão abordados os seguintes conteúdos: Gestão de pessoas e diversidade; Racismo estrutural e perspectiva histórico-crítica; Racismo institucional, individual e desigualdades; Equidade de gênero; Interseccionalidade; Inteligência emocional; Comunicação não violenta; Segurança psicológica e cultura de feedback; Liderança inclusiva e os pilares da gestão de pessoas; Seleção inclusiva; Vieses inconscientes; Comportamento antirracista; Políticas públicas de equidade de gênero; Comunicação inclusiva; e Práticas da liderança inclusiva.