Com apoio de políticas estaduais, comércio exterior avança no Ceará

29 de novembro de 2019 - 18:17

O saldo da balança comercial cearense tem mantido certa estabilidade entre 1997 e 2018, movimento semelhante foi observado na Bahia, enquanto Pernambuco apresentou declínio. Com relação ao grau de abertura comercial, os três estados nordestinos tiveram crescimento em igual intervalo de tempo. A expansão do comércio exterior cearense foi influenciada, sobretudo, por políticas do Governo do Ceará e por outros fatores que impactaram a economia local no período.

As conclusões são do artigo “Avaliando o comércio internacional no Ceará: mudanças recentes e quão importantes foram as políticas estaduais”, mais recente publicação do Observatório do Federalismo Brasileiro (OFB), vinculado à Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará (Seplag-CE). Escrito pelo economista e professor Fabrício Carneiro Linhares, o artigo faz uma análise da contribuição de fatores nacionais e locais para o desempenho da balança comercial dos três estados do Nordeste e do Sudeste com o maior Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo o autor, um ponto importante é a constatação de que 90% das variações das importações cearenses estão relacionadas a fatores estaduais. “A disposição da demanda local parece ser um fator preponderante na determinação do seu setor importador”, avalia. Em relação às exportações, o artigo mostra que 76% das variações se deram por questões locais, indicando que as políticas estaduais ou iniciativas privadas de promoção às exportações cearenses são bastante expressivas.

“As variações no comércio exterior do Ceará foram regidas por fatores que ocorreram apenas no ambiente econômico local. Isso foi mais forte no setor importador, pois as exportações ainda sofreram considerável influência de choques com repercussão nacional. Comparando a outros estados, os resultados destacam a tamanha importância do Governo do Ceará e do empresariado cearense na dinâmica do comércio internacional nas últimas décadas. Frente às recentes ações e propostas do governo central, podemos até alegar que está na hora de expandirmos o comércio exterior no estado, já que somos uma economia efetivamente fechada. Mas, pelos resultados, a jornada do Ceará nesse movimento nacional em prol da internacionalização comercial depende, em grande parte, de políticas locais”, conclui.

Linhares lembra que a análise não detalha quais agentes específicos impactaram as mudanças observadas no comércio exterior cearense, o que seria fundamental para a avaliação do comportamento do comércio internacional local frente às mudanças na política internacional brasileira e à conjuntura econômica mundial. “Isso é, inclusive, um dos temas estratégicos do Observatório do Federalismo Brasileiro na Seplag-CE”, diz.

O artigo completo pode ser lido em: http://observatorio.seplag.ce.gov.br/observatorio/

Segundo o artigo, 76% das variações das exportações se deram por questões locais, indicando que as políticas estaduais ou iniciativas privadas de promoção às exportações cearenses são bastante expressivas